Data: 24-01-2014
Criterio: B1ab(i,ii,iii,v)+2ab(i,ii,iii,v)
Avaliador: Laila Araujo
Revisor: Luiz Santos
Analista(s) de Dados: Eduardo Fernandez
Analista(s) SIG: Thiago, Marcelo
Especialista(s): Juliana Santos Guedes
Justificativa
Espécie herbácea de ocorrência em área brejosas dos Campos Rupestres e Campos Limpos associados ao Cerrado, entre aproximadamente 1.400 m e 1.600 m de altitude (CNCFlora, 2013; Wanderley et al., 2014). Apresenta distribuição naturalmente fragmentada (Fernandez, com. pess.), sendo encontrada no estado de Goiás e no Distrito Federal, onde é restrita à região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Wanderley, 2009; Wanderley et al., 2014). Apesar de cultivada no Jardim Botânico de Brasília, é comercializada pelo mercado de plantas ornamentais em arranjos de sempre-viva (Borges, 2002). Apresenta EOO menor que 5.000 km² e AOO inferior a 500 km², e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça considerando suas localidades de ocorrência. Sua área de distribuição encontra-se impactada pelos constantes incêndios de origem antrópica, turismo, invasão de espécies exóticas e agricultura, o que, além da coleta seletiva de indivíduos maduros, resulta em um declínio contínuo da perda da qualidade do hábitat, da EOO e AOO (Filder et al., 2006; MMA/Ibama, 2011). Medidas de controle e monitoramento das ameaças incidentes, bem como a elaboração de um plano de ação de ação voltado à conservação da espécie são necessárias a fim de garantir sua manutenção na natureza.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Xyris diaphanobracteata Kral & Wand.;
Família: Xyridaceae
A espécie foi descrita originalmente na obra Annals of the Missouri Botanical Garden 75: 352–353, f. 1. 1988; conhecida popularmente por "pireque-branco" ou "pireque-amarelo" (Borges, 2002), é caracterizada pela espiga largo-ovóide, multiflora, brácteas translúcidas, amareladas, com margens escariosas, recurvadas e flores com pétalas amarelas (Wanderley, 1989; Wanderley & Silva, 2006).
Não existem dados específicos sobre a coleta desta espécie para venda em arranjos de sempre-vivas; entretanto, Borges (2002) indica que o pireque-branco (X. diaphanobracteata) é utilizada para fins ornamentais e portanto apresenta potencial valor econômico.
A espécie é endêmica do Brasil, com ocorrência exclusiva ao estado de Goiás e Distrito Federal (Wanderley et al., 2014); registrada entre 1.400 m e 1.600 m de altitude, apresentando distribuição naturalmente fragmentada em (Fernandez, com. pess.; CNCFlora, 2013).
Espécie herbácea, com ocorrência confirmada em área brejosas e mais úmidas dos Campos Rupestres e Campos Limpos Úmidos associados ao Cerrado (Wanderley et al., 2014).
2 Agriculture & aquaculture
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
O desmatamento no Cerrado, domínio onde a espécie foi registrada, atingiu em 2008 47% da sua distribuição original. Entre 2008 e 2009, 7.637 km² de Cerrado e fitofisionomias associadas foram desmatados ou sofreram alterações de origem antrópica (MMA/IBAMA, 2011). Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o domínio brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região.
7 Natural system modifications
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
Os dados dos Relatórios de Ocorrência de Incêndios Florestais (ROIs) mostraram o registro de sessenta ocorrências de incêndios florestais no interior do PARNA Chapada dos Veadeiros (GO), no período de 1992 a 2003, sendo que o ano de maior ocorrência de incêndios foi 2002 com 11 casos, seguido por 1995 com 10 ocorrências. A época em que mais ocorreram os incêndios foi a estação seca, sendo o pico o mês de agosto, seguido pelos meses de setembro e julho. Cerca de 88% dos incêndios florestais foram de origem criminosa, por negligência ou de causa desconhecida (Fiedler et al., 2006).
1.1 Site/area protection
Observações: A espécie ocorre dentro dos limites do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) (CNCFlora, 2013).
- WANDERLEY, M.G.L.; SILVA, G.O.; GUEDES, J.S.; MOTA, N.F.O. Xyridaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB252>. Acesso em: 22 Set. 2014
- WANDERLEY, M.G.L. Xyridaceae In: GIULIETTI, A. M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M. J. G.; QUEIROZ, L. P. DE; SILVA, J. M. C. D. (Eds.). Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservaçao Internacional; Univesidade Estadual de Feira de Santana, 2009. p. 496.
- BORGES L.C. Cerrado: extração da flora nativa para fins ornamentais e medicinais e o desenvolvimento sustentável. Monografia. Faculdade de Ciências da Saúde do Centro Universitário de Brasília, Brasília, Distrito Federal. 2002. 34p.
- MMA/IBAMA. Monitoramento do desmatamento nos biomas brasileiros por satélite – acordo de cooperaçao técnica MMA/Ibama – Monitoramento do Bioma Cerrado 2008-2009. Brasilia: MMA/ Ibama, 2011, p. 55.
- FIEDLER, N. C.; MERLO, A. M.; MEDEIROS, M. B. Ocorrência de incêndios florestais no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Goiás.Ciência Florestal, Santa Maria, v. 16, n. 2, p. 153-161, 2006.
- CNCFlora. 2013. Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>.
CNCFlora. Xyris diaphanobracteata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Xyris diaphanobracteata
>. Acesso em .
Última edição por Lucas Moulton em 05/12/2014 - 19:10:10